Matéria-prima da criatividade

Já fálamos aqui da razão pela qual devemos exercitar o lado criativo da nossa mente, e aqui da importância de não deixar escapar ideias na salgalhada de pensamentos que transportamos connosco no dia-a-dia. Mas de onde vem a criatividade afinal? Se temos o condão de moldá-la e cozinhá-la a gosto, onde podemos encontrar os ingredientes?

Hoje vamos falar sobre a matéria-prima da criatividade.

1. O scroll mais saudável 

Pintrest, weheartit e blogosfera, a nossa santa trilogia online da inspiração. Aqui, sugerimos o uso e abuso das ferramentas criativas que a internet coloca ao nosso dispor, combinando-as sempre com as formas mais tradicionais de inspiração das quais não abrimos mão, como é o caso das revistas (por cá somos consumidores fiéis da Calm, uma lufada de ar fresco bimestral que alegra os nossos dias, e descobrimos recentemente a Raízes Mag, uma perdição para os curiosos pelo ambiente e sustentabilidade). Se vos dá vontade de fazer scroll nas redes sociais, então é o pretexto ideal: encontrem a vossa "cena" e vejam, revejam, leiam, investiguem, brinquem... sejam infinitamente curiosos no que toca a amealhar informação visual, escrita, sensorial, que mais tarde vos sirva de plasticina para construir ideias.

Cheia de ideias na Dona Emília Guest House, em Viana. 

2. Copy Past

Um dos maiores enganos criativos ever! A ideia de que se vão sentar à secretária e criar algo inovador e único logo assim de uma assentada, se funciona com meia dúzia de pessoas, dificilmente é uma realidade para a grande maioria. Seja na música, na gestão, na cozinha ou até no croché, às vezes é preciso repetir, olhar para o que está feito e imitar umas quantas vezes, fazer umas covers do que nos inspira para que depois, aí já treinados no voo, possamos abrir as nossas próprias asas e arriscar. Parte da matéria-prima da criatividade passa por transformar o que já foi feito e (re)criar.

3. A vida lá fora

O clássico. O cliché. A maior das verdades. O que há para saber, está fora de portas. É lá que corre a fonte inesgotável de ingredientes para ideias e há algumas coisas que podemos fazer para chamá-las até nós: 

• Caminhadas (antes ou após o trabalho/escola/faculdade). Dizia Saramago que só conhecemos uma rua se a cruzarmos pelo menos quatro vezes: duas em cada direção, uma de dia e outra à noite. Isto para mostrar que a familiaridade dos caminhos de todos os dias não é sinónimo de que não há mais nada para ver ou refletir e que as ideias incríveis podem estar à espreita em qualquer lugar, mesmo nos do costume!
• Visitar museus, galerias, cinemas... Está mais do que provado que o contacto com ambientes criativos gera também em nós vontade de criar. É certinho e sabidinho que se se derem ao gosto de vadiar neste tipo de sítios, terão pano para mangas no que toca a costurar ideias. 
• Falar, falar, falar. A ideia de que o ser criativo é alguém isolado no seu atelier desarrumado tem de ser contrariada. É a falar que a gente se entende, mas também é a falar que a gente se expande, recria, transforma, reconhece e arrisca. É na partilha de ideias com o outro que as coisas ganham forma e pernas para andar. Não importa se são mais ou menos introvertidos: hoje em dia a internet facilita o trabalho para quem não é todo roda-no-ar. Existem fóruns, grupos de facebook ou WhatsApp para tudo e mais alguma coisa... jardinagem, marketing, gestão, costura, cozinha, escrita, pintura, educação... é ao gosto do freguês! 

Estes são apenas alguns dos exemplos onde podemos encontrar material para trabalhar a criatividade... conhecem outros? Ora digam lá!